Ultimamente, a palavra “psicossomática” tem sido utilizada, não apenas por profissionais da área da saúde, mas, também por muitas pessoas que já ouviram o termo e se identificaram com os sintomas. Tenho observado a recorrência de pessoas que chegam à primeira sessão de psicoterapia (entrevista) descrevendo várias idas a consultas médicas com os mais variados sintomas físicos e emocionais, quase sempre narram que os médicos após averiguarem pedem para procurar um psicólogo, pois, provavelmente a raiz do problema seja emocional. As queixas apresentadas são diversas, tais como: ansiedade; depressão; enxaqueca; fadiga; falta de concentração; falta de memória, ocasionando dificuldades em várias esferas da vida da pessoa.
A psicossomática pode ser descrita no campo da psicologia como uma ciência interdisciplinar que agrega diferentes disciplinas da medicina e da psicologia para observar as consequências de fatores sociais e psicológicos sobre processos orgânicos do corpo e sobre o bem-estar das pessoas (lembrando que essa descrição pode variar um pouco de acordo com a abordagem psicoterapêutica de cada profissional). O termo Psicossomática também é aplicado a qualquer tipo de sintoma, seja, físico, emocional, psíquico, espiritual, profissional, relacional, comportamental, social ou familiar, sendo, partes indivisíveis da totalidade do ser humano, desta forma, funcionam integradas influenciando uma sobre a outra. Em uma definição simples seria o aparecimento de um sintoma físico qualquer, desencadeado por algum tipo de problema emocional.
Os sintomas psicossomáticos variam, podem se diferenciar de acordo com o estilo de vida e peculiaridades pessoais. Os principais fatores a serem observados ligados a psicossomática são:
• Estilo de vida, abarcando costumes alimentares, exercícios físicos e etc;
• Herança genética, que pode colaborar para predisposição para desencadear determinadas doenças;
• Fator psicológico, a maneira que a pessoa lida emoções, com os traumas e sentimentos em geral, exemplo: culpa.
Tratamento Psicológico:
O psicólogo pode trabalhar de acordo com seu referencial científico, por meio de técnicas, que propiciem contato do paciente consigo mesmo, possibilitando um viver mais autentico com novos significados. Compreendendo que “o adoecer”, aparece por conta de uma adaptação que foi possível para o organismo. No que tange a Psicossomática podemos perceber o processo de adoecimento físico observando a maneira como a pessoa realiza seu existir (o estilo de vida em sua totalidade), ou seja, olhando como a pessoa interage com as solicitações de seu mundo e como elege as respostas e escolhas diante das possibilidades que sua existência lhe apresenta.
Tratamento Médico:
Mesmo sendo os sintomas psicossomáticos provenientes de fundo emocional; se faz necessário tratamento interdisciplinar como já mencionado, os sintomas físicos necessitam de tratamento médico de igual importância, para que causas e efeitos possam ser sanados o quanto antes sem que acarretem problemas crônicos ou agudos.
As doenças psicossomáticas podem ser compreendidas como uma restrição no âmbito corporal que se refere à totalidade existencial. Em outras palavras, o adoecimento desvela uma privação nas possibilidades realizar a sua própria existência.
O desafio é perceber o Homem em todas as suas esferas inseparáveis, como um ser total, indivisível, livre para consolidar suas escolhas de forma responsável, dando sentido ao seu viver. Podemos finalizar pensando no ser humano como um ser “indivisível com várias partes”, ou seja, para melhorar a didática podemos falar em mente e corpo, entre outras divisões, mas, sabemos que não é possível delimitar onde começam e terminam, além de saber que essas “esferas vivem em sintonia perfeita, onde uma fala pela outra”. Ou seja, quando seu corpo “começar a reclamar” preste atenção em si mesmo e avalie suas emoções, sentimentos e estilo de vida, muitas vezes o adoecer nos desafia a um novo olhar sobre nós mesmos, propondo novas escolhas, novos significados que podem nos fazer mais satisfeitos com nossas vidas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário