quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

AUTOCONHECIMENTO: A FUNDAÇÃO PARA A CONSTRUÇÃO DE UMA VIDA FELIZ - parte 2

Você se conhece e sabe usar esse autoconhecimento para o seu crescimento?

Como já disse em outro texto, “a angústia traz o desconforto que nos impulsiona a decidir; a cada escolha que optamos decretamos a morte de outra possibilidade que não foi escolhida, isso frequentemente nos traz ansiedade frente ao conflito de não termos a competência para vivenciar tudo que desejamos ao mesmo tempo”. Temos todos, certo grau de dificuldade de lidar com as críticas, cada um, de acordo com seu repertório tem seu limite e destreza para lidar com elas, o fato é, que a autocrítica se torna muito angustiante, quando tem seu fim em si mesma, pois, após o contato com nosso interior somos convocados às atitudes, que muitas vezes nos requererão coragem, esforço, insistência, humildade entre outras posturas, que muitas vezes deverão quebrar os paradigmas pessoais, que vêm carregados de influências socioculturais, ou seja, o autoconhecimento nos permite a reflexão dos nossos atos visando buscar as fontes de nossas convicções. Será que realmente penso o que falo? Ou estou reproduzindo um comportamento aprendido? Ou refletindo um valor que culturalmente me foi passado? Necessariamente, concordo com eles? Ou simplesmente reverbero sem a menor reflexão? Ou pior, nem me percebo fazendo o que teoricamente detesto; somente com o autoconhecimento, podemos responder tais perguntas.
Um exemplo muito comum é no momento da decisão da carreira profissional, muitos jovens escolhem por influência familiar sem nem notar isso, o problema não é eleger uma profissão por indicação ou preferência dos familiares, mas, não ser essa uma escolha consciente dessa influência, ou seja, não conhecer os reais pontos motivadores da opção decidida, o que no momento de dificuldade faz toda a diferença, para uma tomada de atitude mais concreta em relação ao caminho e alvos a serem seguidos, e isso se aplica a todas as áreas da vida. Vale frisar que em momentos estressantes que exigem rapidez de decisão ou postura o autoconhecimento é o diferencial para um posicionamento assertivo, e sobre assertividade, que é um dos resultados benéficos do autoconhecimento no campo dos relacionamentos, cabendo aqui a recomendação à leitura do texto “Assertividade”, publicado na fanpage do Instituto de Psicologia e Controle do Stress.
Em nível de considerações finais podemos conceituar o autoconhecimento como a habilidade que propicia um viver autêntico que permite perceber-se como um ser único, vivendo particularidades mesmo que em meio ao frenesi do mundo, sem que se seja massacrado por questões em aberto, nem tampouco permitindo-se realizar comportamentos soltos a “maré”, o que demonstra insegurança e falta de senso de direção. Uma pessoa que se conhece tem uma vida mais validada pela satisfação de saber quem é e para onde estar indo, sedo isso aplicável a todas instâncias da vida. Vale também pontuar que o autoconhecimento é contínuo, isto é, inalcançável em sua plenitude, já que o ser humano está em constantes transformações de acordo com suas vivências, por isso, esse assunto não se esgota num texto, simplesmente pelo fato de não caber.
Todos os assuntos que se referem ao ser humano são infinitos a partir da realidade humana das suas especificidades e particularidades, bem como das convenções de convivência de cada época, ou seja, cada ser é único e especial, apesar de todos sermos “carne e osso” carregamos a riqueza de sermos ímpares. Ao se perceber diferente do que gostaria e/ou tomando um rumo diferente do almejado, é recomendado entender essa percepção como a manifestação interior à necessidade de um encontro consigo. Temos em nossas mãos a ferramenta principal para a mudança inicial, restando apenas aceitar o desafio de viver uma vida menos alienada (leia-se “alienada”: em função de algo que não faz parte do que se entende como ideal), vitima de “correntes emocionais” desconhecidas para uma vida mais satisfatória e agradável de ser vivida.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

AUTOCONHECIMENTO: A FUNDAÇÃO PARA A CONSTRUÇÃO DE UMA VIDA FELIZ

    
      Você verdadeiramente se conhece? Sabe realmente o que anseia? Consegue mensurar, ainda que por alto, as perdas necessárias para o alcançar o que anseia? E se sabe, é capaz de reconhecer o por que anseia? Esses motivos são tão consistentes a ponto de ser impossível de desistir? Eles valem todo esforço exigido para o empreendimento? Perguntas como essas, são essenciais para que uma pessoa possa se desenvolver e conseguir estabelecer, traçar rotas e alcançar metas de forma a regozijar-se a cada êxito. Pois, quem não se conhece dará muitas voltas e não chegará ao lugar almejado.
     Autoconhecimento é conhecer a si mesmo no íntimo. Possuir esse conhecimento propicia uma melhor autointerpretação, e com isso a obtenção de respostas a questões importantes acerca de quem somos e, principalmente, onde queremos chegar.
            Você realmente se conhece? A resposta a essa questão só pode ser obtida após profunda análise sobre as reais características pessoais como: princípios, valores morais e éticos, modo de pensar e falar; e após estar em posse dessas informações, aferir o nível de coerência delas com os próprios atos.
         Feito isso, obtêm-se um “raio-X” de nossa essência, todavia, este exercício de autoexame, nem sempre é prazeroso, pois, após um olhar minucioso para dentro de nós mesmos, percebemos coisas que não nos agradam, e que nos põem diante da pessoa real que somos; e não daquela idealizada por nossos pensamentos e muitas vezes descritas nas nossas falas. Um exemplo bem comum, e até “pop” em alguns microssistemas são frases do tipo “eu falo a verdade, mesmo!”, Será? Bem, não são necessários muitos argumentos para demonstrar o quão em círculos anda uma pessoa que vive pautada por esse tipo de comportamento, pois, dificilmente “vomitando” a desorganização emocional e/ou frustrações se obterá um resultado satisfatório. Perfeitamente adequada é a reflexão do psiquiatra e psicanalista britânico Wilfred Bion: “verdade sem amor é crueldade, amor sem verdade é hipocrisia”.
             A própria brevidade da vida nos convoca a agir quando estamos perante a nudez de nosso âmago. Trocando em miúdos, quando chegamos ao ponto de buscar conhecer-se, isso só aconteceu porque já manifestou-se em nós a inata necessidade de ir além do que nos é comum, e nesse ponto já admitimos muitos de nossos defeitos, limites, qualidades etc., Mas ir além de perceber e admitir é andar por terras onde poucos se aventuram a transitar, no entanto, é exatamente esse fator que estabelece a diferença entre as pessoas que vivem sob o condão da “celebre filosofia” do “deixa a vida me levar”, para aquelas que vivem com o objetivo de ter uma vida mais significativa sendo protagonistas das próprias histórias.
           Os antigos gregos entendiam que uma vida feliz era aquela que estivesse em harmonia com o universo, acreditavam eles que, assim como os elementos da natureza cumprem seu papel na existência, como a perfeita alternação entre as estações, as mudanças das marés em sincronia com as fases lua e etc., e nesse entendimento, é possível que uma pessoa viva uma vida feliz, quando ela está vivendo de acordo com o objetivo pelo qual ela exista. Com o avanço das ciências em geral, em muitas áreas esse entendimento foi relativizado ou até mesmo colocado por terra, no entanto, no que diz respeito à relação autoconhecimento - felicidade, tal princípio cada vez mais vem mostrando-se verdadeiro, nesse sentido cabe aqui fazer menção a uma máxima menos erudita, porém bem real que é: “Pessoas felizes não enchem o saco!”, simplesmente vivem suas vidas de acordo com seus princípios e valores.
          Abordamos até aqui alguns elementos subjetivos que envolvem e implicam no autoconhecimento, isto é, aqueles que dizem repeito diretamente ao indivíduo e suas ações; a seguir, na próxima postagem, iremos abordar os elementos externos que influenciam diretamente na formação do indivíduo com suas convicções e valores, que são os fatores externos.