quinta-feira, 20 de outubro de 2011

ADOÇÃO, e o "segundo abandono"

Cada dia tornam-se mais comuns no Brasil, casos de crianças que são adotadas e depois são “devolvidas” a justiça, e acabam vivendo em abrigos.

Crianças adotivas no geral tem um histórico de sofrimento. Vão morar com famílias substitutas das de origens, por diversos motivos, entre eles se destacam: perdas, abandonos, maus tratos, miséria e etc.

Muitos têm a sorte de encontrar lares afetivos e desenvolver vínculos sólidos, porém, algumas crianças que são adotadas passam por mais uma experiência dolorosa: O segundo abandono (muitas chegam a ser devolvidas mais de 1 vez).

Apesar de ainda não existir levantamento nacional as estatísticas regionais revelam que esta questão é grave e não deve ser desprezada.

Frequentemente as devoluções acontecem em três casos: Durante o estágio de convívio (a adoção neste momento ainda não é definitiva), depois da adoção formalizada ou quando a família tem a guarda da criança.

Uma das causas recorrentes das devoluções é que, muitas pessoas/casais idealizam o filho e, quando confrontados com os desafios de educar uma “criança real”, não conseguem lidar com as “imperfeições” que, em filhos biológicos, seriam admitidas. Quando a criança adotada é mais velha, deve ser levado em consideração que ela traz consigo um repertório, que pode ter elementos que carecem ser “trabalhados”, pontuados com muito amor, disposição de se envolver e educar.

É necessário disponibilidade para lidar com a criança adotada, se o objetivo é “salvar” a criança do abandono ou suprir algum “vazio” pessoal ou do casal, é preciso repensar, quando se adota uma criança deve-se pensar no desafio de ter mais um filho, de ser testado, ver disputa entre irmãos, quando os têm e etc. Vale lembrar, que a criança devolvida na maioria das vezes se culpa e acha que não é boa suficiente para que tenha sinceros afetos, ou seja, a desistência da a adoção começa ser vivida como uma rejeição causada por ela mesma, o que não é verdade.

O ideal é que os casais tenham acompanhamento preparatório e apoio de profissionais competentes durante toda a adaptação. Ficam esses dados para o nosso conhecimento.

A adoção é uma decisão baseada no amor e na responsabilidade!

Fonte de contribuição dos dados: Revista : Isto é, n.º 2188 ano 35 - 19/10/2011 

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